A Escrita de Mulheres
23 DE janeiro DE 2023Muitas escritoras usam as experiências pessoais para elaborar a própria produção literária, o que não significa que tudo o que se escreve é exatamente igual ao que se vive. Mostrar como transportar essas vivências para o texto é o objetivo da oficina Escrever a Vida: A Escrita de Mulheres, ministrada pela escritora, tradutora e professora de Teoria Literária da Unifesp, Paloma Vidal, entre os dias 20 e 31 de janeiro.
A proposta não é nova, como observa a professora. “Se olharmos para as redes sociais, as pessoas escrevem sobre fatos pessoais e cotidianos regularmente. A diferença é que na oficina esse exercício de escrita será feito a partir do uso de algumas técnicas.” A ideia é ir além do tradicional texto autoexplicativo de imagens tão comum no Facebook e Instagram e adotar tons mais literários, criando produções mais ambíguas e problematizadas.
No primeiro encontro (20/1), os participantes analisaram pequenos textos sobre o período vivido em exílio de escritoras como Audre Lorde, Clarice Lispector, Marguerite Duras e Natalia Ginzburg. Na segunda aula (24/1), o tema será as autoficções, com destaque para os textos de Carla Maliandi (O Quarto Alemão, 2020, Moinhos), Guadalupe Nettel (O Corpo em que Nasci, 2013, Rocco), Laura Alcoba (A Casa dos Coelhos, 2022, Paris de Histórias) e Tatiana Salem Levy (A Chave de Casa, 2010, Record).
Com um tom de escrita ainda mais intimistas, o terceiro encontro (27/1) vai analisar cartas e diários de Alejandra Pizarnik, Ana Cristina Cesar, Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector, Françoise Ega, Marta Minujín e Virginia Woolf. “O intuito dessa aula é mostrar diferentes formas de produzir escritas ainda mais profundas e privadas”, explica Paloma.
O último dia da oficina (31/1) está reservado às escritoras artistas, que utilizam imagens, fotos e ilustrações para se comunicar, como Aline Motta, Leila Danziger, Laura Erber, Sophie Calle e Veronica Gerber Bicecci.