As relações entre literatura, política e religião
10 DE novembro DE 2022A oficina Literatura, Religião e Democracia em Perspectiva tem uma proposta audaciosa. Durante os quatro encontros semanais, realizados de 4 a 25 de novembro, o professor de Língua Portuguesa e Literatura e doutor em Teoria e História Literária pela Unicamp, Thiago Maerki, irá mostrar as relações existentes em textos que abordam três os tópicos do título.
Na primeira aula, o professor focou o conteúdo no sermão e suas características mais marcantes. Entre elas estão o fato de ser um discurso assimétrico, onde só o orador possui a palavra; utiliza uma base retórica clássica, com várias estratégias para convencer o público ouvinte; e tem como finalidade persuadir, ou seja, possui um caráter catequético. “Além disso, traz várias nuances de natureza jurídica, com sua retórica extraída do ambiente dos fóruns”, observa Maerki.
Os sermões também carregam um grande viés político, inclusive os proferidos pelo Padre Antônio Vieira (1608 – 1697), no século XVII. “Não existe nada mais politizado do que a religião. A ideia de que não existe relação entre política e religião vai na contramão do que nos conta a história”, constata o professor, lembrando que os sermões podem ser considerados como as redes sociais do século XVII.
Nas próximas aulas, o professor irá mostrar a relação tríade na poesia, desde o século XVII até o XXI, nos contos e nas crônicas e, finalmente nos romances, sempre com foco em autores brasileiros. Ao final da oficina os alunos são convidados a escrever pequenos textos sobre o tema para serem publicados no site do projeto Literatura Brasileira no XXI, uma parceria da SP Leituras com a Unifesp.