Dia Internacional da Juventude na BSP
01 DE agosto DE 202312 de agosto é o Dia Internacional da Juventude. Para comemorar a data, convidamos jovens frequentadores e frequentadoras a elaborar uma lista com dicas de leitura, confira o resultado!
Colecionador de pedras, de Sérgio Vaz
Sérgio Vaz é poeta, e, como poeta, sabe ser simples. Como simples, sabe tecer o coletivo. Como coletivo, sabe ser nós. E como nós, faz-nos grandes ao seu lado. "No meio de uma terra devastada pela canalhice plantada a tantos anos, alguém quer semear a poesia e certamente colherá incompreensão. Os pensamentos vadios do poeta se disseminam quando vê que subindo a ladeira mora a noite, e na margem do vento numa rua de terra ele lê a poesia dos deuses inferiores. Se outros poetas pedem silêncio, ele pede mais barulho. Se outros escritores pedem paz, ele quer guerra" (resumo da livraria Cultura).
Sobre minha filha, de Kim Hye-Jin
Deve uma mãe desejar que a filha seja aquilo que ela não pôde ser? E o que pode ser feito quando as coisas não saem como o esperado? Neste romance comovente da sul-coreana Kim Hye-jin, a protagonista, uma cuidadora de idosos, é uma mulher exemplar aos olhos da sociedade. Viúva de um casamento dentro dos padrões, criou a filha para seguir as tradições — casar, formar uma família e desfrutar de uma casa própria e um bom salário — e não perturbar seus planos de aposentadoria sem sobressaltos. Mas tudo sai do eixo quando Green se assume lésbica e, sem emprego fixo ou renda para pagar o aluguel, volta para a casa da mãe com a namorada. Envolta em culpa e arrependimentos, a mãe encara a situação de modo pouco generoso, inclusive consigo mesma. E a sua rotina também não é capaz de oferecer outro repertório que não o do julgamento e da rigidez, já que passa os dias em um ambiente de trabalho insalubre, entre farelos de bolinho na boca, pernas esqueléticas dos doentes, diarreia, brotoejas, fraldas, cheiro de urina, unhas mal cortadas etc. Mesmo habituada ao sacrifício, essas imagens contrastam com a "comida aconchegante" que a namorada de Green prepara, o ambiente acadêmico que frequentam e a casa simples em que moram. Mas até onde a filha realmente se distanciou do projeto de vida que a mãe sonhou pra ela? Enquanto Green luta contra a homofobia na universidade em que atua como professora horista, a mãe entra num embate contra os métodos desumanos de administração da clínica em que trabalha. Se o choque de gerações afasta, a partilha de certos valores une as duas. Sobre minha filha é um romance profundamente honesto a respeito da intensidade dos laços de família, mas não só. Conhecida por retratar de forma compassiva o sofrimento silencioso dos oprimidos, Kim Hye-jin traça um panorama da classe média sul-coreana e evidencia a falta de mobilidade social de uma sociedade que vê seus índices de pobreza aumentando a cada dia. Nela, viver com dignidade é em si só tarefa árdua, que exige que mãe e filha superem as diferenças e o ressentimento para acolher uma à outra (resmo da Amazon).
Véspera, de Carla Madeira
Os personagens de Véspera, este seu novo romance, possuem a mesma incrível força vital do título anterios, mas se em Tudo é rio Carla os criou com poucas pinceladas e traços incisivos, aqui, para delinear suas personalidades, ela opta por uma superposição de camadas psicológicas. Se antes eles primavam por temperamentos drásticos capazes de extremos de paixão, ciúme, ódio e perdão, aqui a estratégia gradativa de composição confere-lhes uma dose maior de mistério, sugerindo ao leitor antecipações que só aos poucos se confirmam, ou não. A força emocional continua existindo, porém está menos visível, o que deixa a atmosfera ainda mais carregada de suspense e tensão. A narrativa começa com a pergunta: como se chega ao extremo? Vedina, uma mulher destroçada por um casamento marcado pelo desamor, em um momento de descontrole abandona seu filho e, imediatamente arrependida, volta para o lugar onde o deixou e não encontra quaisquer vestígios de sua presença. Este é o acontecimento nuclear da trama que expõe as entranhas de uma família - pai alcoólatra, mãe controladora, irmão (resumo da Amazon).
No útero não existe gravidade, de Dia Nobre
Em seu segundo livro, Dia Nobre desenterra, do mais profundo, as chagas íntimas e sociais das mulheres. Quantas mulheres são esculpidas pelas relações tortuosas com a família e a sociedade. Quantas tentam caber dentro de si mesmas e vão se tornando cada vez menores para que sejam encaixáveis e não deixem à mostra os desejos, o ímpeto de vida, o impulso de morte. Para que os abusos sofridos não sejam feridas visíveis. Dia nos conduz pela vida da mulher que, ainda pequena, aprende a perguntar as coisas difíceis. Este livro é talhado por histórias de filhas, mães, avós, mulheres que conheceram o peso de ser mulher muito cedo, que entregaram o fardo nas mãos das inocentes desavisadas e que formam, até hoje, o imaginário capaz de fragmentar uma vida. Apesar disso, ser várias, cada uma dentro de si, até a miúda versão protegida sob tantas camadas, é também um recurso de vida. No útero não existe gravidade faz das memórias poesia, transmuta dor em coragem. Decide que o enredo não será interrompido:me enganar sempre foi uma maneira de sobreviver (resumo da Amazon).
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BibliON e Tocalivros
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Jamais peço desculpas por me derramar, de Ryane Leão.
Educação como prática da liberdade, de Paulo Freire.
O sol é para todos, de Harper Lee.
Amora, de Natalia Borges Polesso.
A Biblioteca da Meia-Noite, de Matt Haig.
Antifa: o manual antifascista, de Mark Bray.
Gente ansiosa, de Fredrik Backman.
O caderninho de desafios de Dash & Lily, de David Levithan e Rachel Cohn.