O movimento modernista na América Latina
17 DE maio DE 2022A Semana de Arte Moderna de 1922 é considerada o marco do movimento modernista no Brasil. Mas o que acontecia no mesmo período em termos de artes e literatura nos países vizinhos? Esse é o tema da oficina on-line Modernismos nas Vizinhanças Latino-Americanas, realizada nos dias 10, 17, 24 e 31 de maio, das 10h às 13h, na Biblioteca de São Paulo e ministrada por Joana Rodrigues, jornalista e professora de Literaturas em Língua Espanhola, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp.
No primeiro encontro, o foco foi apresentar o contexto em que surgiram as primeiras movimentações vanguardistas na região. “O desenvolvimento econômico foi um grande propulsor do modernismo porque as pessoas passaram a ter acesso aos livros e, em especial, aos jornais e revistas, que publicavam contos, crônicas e poemas dos escritores da época”, explica Joana. Nesse cenário, dois nomes despontam na circulação das novas ideias: o poeta nicaraguense Rubén Darío e o pintor, escultor e inventor argentino Xul Solar.
Para a professora, o movimento modernista foi muito mais um fenômeno de síntese do que de ruptura, uma vez que reuniu tendências artísticas surgidas no fim do século XIX, como o parnasianismo, simbolismo, naturalismo e impressionismo. Assim como aconteceu no Brasil, a produção cultural buscava uma identidade própria e tinha clara necessidade de manter um distanciamento da herança espanhola.
A dinâmica das aulas contempla a leitura comentada de poemas, manifestos, contos e crônicas de escritores diversos, como Oliverio Girondo (Argentina), Cesar Vallejo (Peru), Rubén Darío (Nicarágua), Horacio Quiroga (Uruguai) e Alfonsina Storni (Argentina). O último encontro do grupo terá a presença especial do professor de literatura hispano-americana da UFSCar, Wilson Alves-Bezerra. No fim da oficina, os alunos são convidados a produzir um texto de qualquer gênero literário a ser publicado no site do projeto Literatura Brasileira no XXI.