O Segundas Intenções com a escritora e ilustradora Patrícia Auerbach

Foi realizado no último sábado, 8, o Segundas Intenções de outubro na Biblioteca de São Paulo. O programa contou com a tradicional mediação do jornalista Manuel da Costa Pinto e a convidada da vez foi a escritora e ilustradora Patrícia Auerbach. 

Nas quase duas horas de bate-papo, Patrícia e Manuel discutiram sobre as influências e o processo de criação da autora, interagiram com o público e presenciaram até a tentativa de “invasão” de um simpático visitante morador do Parque da Juventude, um pica-pau que pareceu estar muito interessado no que acontecia no interior do auditório da BSP. 

 A conversa começou, como de costume no Segundas, com Manuel da Costa Pinto perguntando sobre o começo do gosto pela leitura e escrita, também ilustrações no caso de Patrícia, e as influências da escritora. Patrícia começou com uma frase de muita potência “não sei ser sem escrever”, mas relevou que no início escrevia para ela própria, em diários e outros exercícios similares. Como muitos outros convidados elogiou a profundidade de Clarice Lispector, “suas cenas me tomam de um jeito que nenhum outro autor conseguiu”, confidenciou. 

Em relação a sua própria produção, Patrícia mencionou a influencia do tempo atuando em uma agência de publicidade, com a produção de textos curtos combinados com imagens poderosas, a graduação em arquitetura e em pedagogia, além da experiência da maternidade, que a aproximou do universo dos livros infantis. 

E foi assim, de uma cena familiar, que nasceu o seu primeiro livro. “'O Jornal' é fruto de uma brincadeira em uma cena de família de comercial da margarina”, revelou Patrícia, que a partir do relato explorou o processo criativo, os conceitos e a possibilidade de utilização da própria plataforma dos livros para explorar diferentes formas de comunicação. 

Como exemplo desse tipo de abordagem, Patrícia compartilhou com os presentes um exemplar de seu livro Os irmãos, que tem um formato bastante peculiar no qual as páginas e as capas são independentes e interagem para contar diferentes pontos de vista dos componentes da família em questão. O desafio nesses casos, contou, é encontrar uma solução gráfica que atenda aos objetivos de comunicação, mas que seja viável economicamente. Nesse sentido, a autora valorizou a parceria com designers em muitas das obras que construiu.

Trabalhos em parceria com velhos conhecidos da BSP

Patrícia também destacou a parceria com outros ilustradores de peso na produção nacional como Odilon Moraes e Fernando Vilela, que ministram oficinas regularmente aqui na Biblioteca de São Paulo e na Biblioteca Parque Villa- Lobos. 

Formação de professores

Por ter como uma de suas características marcantes a ausência de texto escrito, Patrícia contou que passou a ter que lidar com questionamentos que se tornaram uma oportunidade de se aproximar do ambiente escolar. 

Com os livros distribuídos como material pedagógicos, muitos pais passaram a criticar a ausência de palavras nos livros da autora, o que fez com que Patrícia fosse convidada a realizar qualificações com os professores, a convite de escolas e de suas editoras. Atualmente, a escritora atua também na formação de professores por conta dessa experiência. 

Para fechar o nosso encontro do último sábado, Patrícia revelou que haverá uma sequência para O lenço e A Garrafa e que nela os personagens de ambos os livros irão se encontrar.

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