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Professora da Unifesp analisa quadro A Negra, de Tarsila do Amaral, dando início a Oficina Imagens Negras no Modernismo, na BSP

05 DE setembro DE 2022
Crédito: Silvia Costanti

Qual o quadro da Tarsila do Amaral que mais representa as imagens negras do Brasil? Com esta pergunta aos participantes da Oficina Imagens Negras no Modernismo, que acontece na Biblioteca de São Paulo até final de setembro, a docente de graduação e pós-graduação em Letras da UNIFESP, Ligia Fonseca Ferreira, abriu a série de quatro encontros sobre temáticas relacionadas aos 100 Anos da Semana de Arte Moderna de 22. Desta vez, o foco principal da atividade gira em torno de duas figuras icônicas: Tarsila do Amaral e Mário de Andrade - com recorte específico que abrange o período de 1922 à década de 1930.

Um olhar atento sobre a tela A Negra, pintada por Tarsila em 1923, foi o ponto de partida para a reflexão sobre os aspectos relacionados à presença (ou ausência) da representatividade negra no modernismo. A análise servirá de base para os próximos encontros, quando se fará um contraponto à leitura comentada das crônicas memorialistas da (também) escritora, faceta em geral pouco conhecida da pintora brasileira, cuja produção jornalística estendeu-se de 1936 a 1952 e na qual relata seu convívio com representantes das vanguardas brancas e negras, reunidas em Paris onde viveu na década de 1920.   

“Quando ela (Tarsila) nasceu, em 1886, ainda não havia sido abolida a escravidão, então o convívio com pessoas negras era nesse contexto. Por mais que ela tivesse na fazenda, eram mundos separados. E essa é uma pergunta que faço, provocadora: será que ela tinha se interessado tanto por aquelas figuras que certamente estavam ali servindo, acalentando? É uma hipótese que estou fazendo, não estou afirmando”, diz a professora Lígia que, como pesquisadora documental, está habituada a olhar materiais específicos levando em conta seu contexto de produção. 

Para se chegar aos questionamentos sobre o que estaria por trás da representação negra no Brasil no início do século XX, e fazer a transposição para outros campos que abarcam o discurso político e estudos literários, Lígia contextualizou a época apresentando um breve panorama histórico da cidade de São Paulo na década de 1920, que passou a ser um importante polo cultural a partir da industrialização, fruto da consolidação de uma estrutura de complexo cafeeiro no século XIX. Também foram analisadas algumas partes da programação realizada no Teatro Municipal de São Paulo, hoje disponível graças ao Projeto Toda Semana. Música & Literatura na Semana de Arte Moderna (Selo SESC, 2022).

E para alimentar ainda mais as reflexões sobre o tema proposto pela oficina, o curso seguirá com exemplos da correspondência entre Mário Andrade e intelectuais brasileiros e estrangeiros, cartas nas quais será possível apreendemos as imagens de uma “felicidade negra” que o marcou o poeta, escritor e musicólogo reconhecido, desde os anos de 1920, como importante “africanista”.

Ao final desta atividade, os participantes serão convidados a produzir textos breves de gêneros variados, como crônicas, cartas, artigos de opinião ou notícias, em primeira pessoa, inspirados nos modelos dos textos abordados nas aulas, com o objetivo de estabelecer pontes com a atualidade. 

Confira abaixo a programação dos próximos encontros. As inscrições ainda podem ser feitas pelo link bsp.org.br/inscrição.

Aula 2 - A viagem do escritor Blaise Cendrars, autor da Anthologie Nègre (Antologia Negra), 1923, ao Brasil em companhia de Tarsila e Oswald. Leitura comentada das crônicas memorialistas Tovalu (1937) e Blaise Cendrars (1938) : negros e brancos nos meios de vanguarda em Paris.

Aula 3 - A Felicidade é Negra: leitura comentada de cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade (1924).

Aula 4 - Mário de Andrade, africanista: leitura comentada de cartas de Mário ao antropólogo e médico alagoano Arthur Ramos, ao sociólogo francês Roger Bastide, ao musicólogo uruguaio Pereda Valdés. Imagens da participação de intelectuais negros no Cinquentenário da Abolição (1938), organizado por Mário de Andrade, Chefe do Departamento de Cultura do Município de São Paulo.

Esta atividade integra o projeto Literatura Brasileira no XXI, em parceria com a Unifesp.  

 

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